Com o avanço da corrida verde, a variedade de opções alternativas ao bud in natura e ao comestível garante um consumo cada vez mais personalizado – e atrai novos entusiastas, muitos dos quais, inclinados a experimentar as microdoses de cannabis: 1/3 dos consumidores recentes da erva em estados legais dos Estados Unidos preferem doses menores e porções controladas.
“A busca por um estado de consciência alterado que me permita dar conta das demandas do dia a dia e, ainda assim, que ofereça os benefícios que eu procuro na cannabis recreativa, me levou a percorrer dispensários no Canadá, onde vivo atualmente, atrás de microdose de cannabis”, comenta João Paulo Costa, empresário canábico e fundador do Ganja Talks, ao falar sobre o uso da microdosagem como alternativa de tratamento medicinal com cannabis para epilepsia.
Impossível negar os benefícios medicinais da cannabis. Suas propriedades terapêuticas despertam a curiosidade e o entusiasmo de diversos pacientes que encontram em seus ingredientes ativos, como THC e CBD, a saída para diversos tratamentos.
Por isso, é natural que ao perceber a melhora das comorbidades através dos tratamentos com a planta, o paciente imagine que, quanto mais ingerir, melhor se irá sentir.
Mas o fato é que, frente a opções cada vez mais potentes, algumas pessoas estão optando por um caminho diferente. Em lugar de aumentar a ingestão de cannabis, elas estão diminuindo o consumo por meio de um processo denominado “microdosagem”.
A microdosagem diz respeito ao consumo de pequenas quantidades de maconha, sem experimentar os efeitos psicoativos que podem atrapalhar as demandas de sua vida diária.
É uma prática usada com diferentes tipos de substâncias, como por exemplo as psicoativas LSD, psilocibina e MDMA. Recentemente, a prática se popularizou, inclusive no meio canábico. Podendo ser possível consumir microdoses de THC e CBD, dependendo da finalidade da microdosagem.
É importante destacar que se você pretende usar a microdosagem para fins medicinais, o mais indicado é fazer com o acompanhamento médico, pois a dosagem da cannabis medicinal precisa ser ajustada de acordo com a doença e os sintomas.
Estudos sobre enxaqueca, por exemplo, demonstraram que o alívio é normalmente alcançado com o uso de doses altas (em torno de 20 mg). Mesmo assim, durante o processo de descoberta da dose ideal, iniciar o tratamento com microdoses é uma boa estratégia.
Ao considerar que cada organismo reage de determinada maneira à cannabis, além da doença tratada, os pacientes apresentam diferente sensibilidade aos efeitos da planta, seja por padrões genéticos ou experiências prévias com a cannabis. Vale lembrar que quem consome a planta há mais tempo e com mais frequência pode ser mais resistente e tolerante aos efeitos da microdosagem.
Se você acha que a cannabis microdosada é a ideal para você, converse com um médico especializado em medicamentos canabinóides. Ele pode ajudar a garantir que você esteja no caminho certo antes de começar um tratamento ou de alterar o método atual de ingestão da cannabis.
Fonte: https://ganjatalks.com/